A prestação de serviços por parte de profissionais que atuam como servidores de carreira na Prefeitura de Anápolis é algo comum e bastante utilizado por empresas e demais interessados em buscar serviços de qualidade com especialistas em suas áreas.
Muitas empresas buscam estes profissionais para se adequar às normas municipais, mas há outros interessados que sequer transacionam com o poder público, interessados apenas na consultoria de profissionais que já tem um lastro de conhecimento atestado pelo serviço público.
Mas a decisão do prefeito Márcio Corrêa (PL) em enviar o trabalho de dois servidores das áreas de Engenharia e de Arquitetura para uma suposta denúncia ao Ministério Público criou um clima de desconfiança e terror dentro da Prefeitura de Anápolis.
Servidores temem que a nova modalidade de administração do prefeito em coibir servidores de carreira e até mesmo comissionados de terem escritórios ou mesmo prestar serviços a outros contratantes possa gerar perseguição interna.
“Grande parte dos meus colegas de prefeitura têm escritórios e prestam serviço para outras empresas em suas horas de folga. A Engenharia é uma área ingrata em termos de valorização por isto precisamos de jornadas duplas e alternativas”, explica a engenheira Sóstena Mariano, procurada pelo AD para se manifestar sobre o caso. Ela, há 28 anos, atua na Prefeitura de Anápolis na área de Georreferenciamento.
Sóstena é uma das “denunciadas” do último final de semana. Segundo a gestão Márcio Corrêa, a servidora teria atuado para a empresa logística Aurora. E isto, em sua visão, configuraria em um ilícito. Corrêa tem evitado aceitar a licitação federal vencida pela empresa em 2018 para se instalar em Anápolis.
Caso a Aurora consiga a instalação na cidade, pendente apenas por um único alvará de funcionamento, o Porto Seco Centro-Oeste terá de interromper sua atuação de forma imediata e total em Anápolis.