Anápolis acompanha uma verdadeira disputa política sobre a estação aduaneira de Anápolis, envolvendo uma empresa que perdeu a licitação da Receita Federal em 2018, e a outra, que venceu, mas não consegue se instalar porque a Prefeitura de Anápolis não concede o Alvará de Funcionamento.
Acontece que nesta guerra de interesses, intromissões políticas e compromissos que parecem passar bem longe do interesse público coletivo, existe uma questão que pode ser quantificada: o preço pago pelas empresas no processo alfandegário.
Afinal, tudo que índice nos custos para a produção de alguma mercadoria é repassado para toda a cadeia e ao consumidor final. No caso da produção que envolve matéria-prima importada, o custo de desembaraço alfandegário torna-se também um percentual significativo.
Hoje, as empresas que usam a estação aduaneira da cidade pagam até 44% a mais do que deveriam. Isto porque a empresa em operação, Porto Seco Centro-Oeste, perdeu a licitação para a Aurora EADI justamente na disputa financeira pelo menos preço: em resumo, a Aurora EADI pratica preços 44% mais em conta que o atual, que vem sendo pago pelos empresários goianos e, em especial, as indústrias do Daia.
ANÁLISE
“O preço final de cada produto dependerá da participação do serviço alfandegário na formação final do seu preço. Isso varia de produto a produto e torna difícil precisar a variação percentual no preço de cada um. Mas é certo que, tudo o mais permanecendo constante, essa redução torna do custo do serviço alfandegário menor e, consequentemente, tornam os produtos mais competitivos no mercado e, também, para o consumidor final”.
É o que explica o professor em Economia, Dr. Antônio Marcos Queiroz, docente da FACE – Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Portanto, independentemente do valor do produto, o preço final é encarecido pelas práticas aduaneiras cobradas hoje pelo Porto Seco Centro Oeste.
DISPUTA
O professor também analisou a disputa comercial entre EUA e China para a Economia de Goiás. Ele destaca que a incerteza das ações impede uma observação mais precisa, mas afirma que “o aumento das tarifas pelos EUA já estava beneficiando as exportações de commodities agrícolas pelo Brasil para a China, especialmente da soja, beneficiando o estado de Goiás”.
“Houve uma trégua nesse processo a partir dessa semana. É preciso aguardar os desdobramentos desse novo acordo tarifário entre os EUA e a China para avaliar melhor o resultado para o Brasil e para Goiás”, concluiu o doutor.