A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) impetrou ação na Justiça de Goiás para tentar derrubar a liminar concedida à Aurora EADI, que garantiu a instalação de um hidrômetro e o abastecimento de água da empresa.
A Aurora EADI é a empresa logística que venceu uma licitação federal em 2018, mas que agora passa pelo calvário de tentar se instalar no lugar da atual empresa, o Porto Seco Centro-Oeste. Esta, por sua vez, perdeu a licitação, mas segue atuando de forma improvisada e emergencial.
Enquanto a Aurora não conseguir se viabilizar no aspecto burocrático, o principal beneficiado é o Porto Seco Centro Oeste que seguirá atuando mesmo tendo perdido o certame da Receita Federal.
A principal alegação da Codego para a interpelação com objetivo de interromper o fornecimento de água é que a Aurora EADI não está dentro dos limites topográficos do Daia.
A informação é, no mínimo, curiosa tendo em vista que no dia 09 de outubro do ano passado, o presidente da Codego, o ex-deputado federal Francisco Junior (PSD) assinou um contrato com a Aurora, indicando que todos os trâmites jurídicos e burocráticos estariam em perfeita ordem.
Em nota, a Codego informa que identificou uma instalação irregular na área da empresa. Este fato teria levado à retirada do hidrômetro.
“Posteriormente, por força de uma decisão liminar, a Codego foi obrigada a reinstalar o hidrômetro. Cumprimos a determinação judicial para evitar o pagamento de multa, mas já recorremos da liminar, visto que o mérito da questão ainda não foi julgado”, continuar a explicação.
A companhia goiana, no entanto, não explica porquê o contrato foi assinado sinalizando que não havia qualquer tipo de irregularidade. Ou, neste caso, se o contrato foi assinado mesmo com a detecção de uma ligação clandestina como alega.
“Além disso, a empresa não está localizada dentro do Distrito Agroindustrial de Anápolis, e a Codego não tem obrigação legal de fornecer água fora de sua área de atuação”, continua a nota.
FORA DO DAIA
Outro questionamento feito à companhia liderada por Francisco Júnior, que teria como atividade-fim o fomento do crescimento e desenvolvimento econômico do Estado, foi acerca do diálogo com a empresa, a fim de prover adequações, visando a vinda de investimentos e a geração de empregos.
É preciso lembrar que a Aurora prevê a movimentação de R$ 1,5 bilhão na economia goiana por mês, além de sua instalação se dar por força de uma licitação.
A resposta da Codego foi lacônica: “A Aurora EADI não está situada dentro do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) e, portanto, não possui vínculo institucional com a Codego. Nossa atuação está restrita aos distritos industriais sob nossa gestão”.
“Não existe por parte da Codego nenhuma ação que traga prejuízo para a empresa. Além disso, a companhia só tem relacionamento com as empresas instaladas em seus distritos e a Aurora EADI não está situada dentro do Daia. O que houve foi a retirada de um hidrômetro instalado por meio de uma ligação considerada irregular, medida necessária para garantir o cumprimento da legislação”, avança a resposta oficial da Codego.
OUTRAS EMPRESAS
O Anápolis Diário apurou que, apesar desta alegação, há empresas atuando nos limites do Daia e fora de sua projeção topográfica e que são assistidas pela Codego. O AD teve acesso a áudios de empresários confirmando, inclusive, a informação.
Os nomes das empresas serão preservados por razões óbvias de não gerar eventuais prejuízos àqueles que contribuíram com esta informação. Quando foi questionado pela reportagem do AD, o presidente Francisco Júnior demonstrou indignação com os questionamentos. “A Codego em nada ou quase nada tem a ver com esta empresa. Curioso como a Codego está sendo envolvida nesta questão”, disse.