Sob o comando de Márcio Corrêa (PL), a Prefeitura de Anápolis contratou em março de 2025 o mesmo grupo empresarial e técnico que realizou, em 2022, os projetos técnicos das obras previstas no programa de investimentos Anápolis Investe.
Lançado por Roberto Naves (Republicanos) na segunda metade de sua gestão, o programa reuniu uma série de obras estruturais de médio e grande porte na cidade. Os investimentos iniciaram foram superiores a R$ 700 milhões.
O Anápolis Investe vem sendo, nestes primeiros três meses de administração, alvo preferencial de Márcio Corrêa para tecer duras críticas à gestão anterior. Entre os argumentos está a suspeita sobre os valores das obras e, principalmente, a ocorrência de erros na elaboração dos projetos.
A contratação da Plator Engenharia e Meio Ambiente, feita por adesão de ata ao custo de R$ 33 milhões, ainda não teve justificativa pública, afinal, sua contratação poderia ser explicada em caso de lançamento de um pacote de obras na cidade.
Mas, outra explicação plausível seria conferir à empresa de Nova Lima (MG) a missão de consertar, corrigir, refazer os projetos entregues pela gestão anterior. Estes documentos técnicos foram feitos pelo Consórcio Minas Projetos, através de contração, também por adesão de ata, em 30 de março de 2022, conforme o contrato 077/2022.
LIGAÇÕES
Só que neste caso, Márcio estaria contratando o mesmo grupo técnico para refazer e revisar o próprio trabalho. Isto porque as empresas Plator Engenharia e as empresas que compõe o Consórcio Minas Projetos são dos mesmos donos.
O consórcio, inclusive, é diretamente administrado por Raphael Eduardo, o “Rafhael da Projeta”, sócio e administrador da Plator Engenharia.
O Consórcio Minas Projetos tem como donos as empresas Viavoz Projetos e a Objetiva Projetos. Esta, por sua vez, pertence ao mesmo casal dono da Plator Engenharia: Juliana Oliveira e Raphael Melo e Silva.


O Consórcio Minas Projetos chegou a ser questionado pelo Tribunal de Contas dos Municípios em 2022, mas seguiu atuando por determinação da gestão que bancou a lisura do processo.
Para entregar projetos técnicos em diversas áreas, como recapeamento, pavimentação ou mesmo construção de prédios públicos, o contrato com o Consórcio Minas Projetos foi de R$ 19 milhões em 2022. Cinco anos depois, o escritório Plator foi contratado por R$ 33 milhões sem nenhuma realização de trabalho em vista.