Enquanto as sessões plenárias só retornam após o Carnaval, a movimentação política segue intensa na Câmara Municipal. Integrantes da base política do prefeito Márcio Corrêa (PL) atuam nos bastidores para destravar o polêmico projeto que cria um cartão de pagamentos para secretário municipais com o teto mensal de gasto de até R$ 25 mil.
A chegada do projeto causou intensos debates e foi o principal da sessão da última quarta-feira (19), quando o vereador Rimet Jules (PT) pediu vistas na Comissão dos Servidores. A previsão era de devolução na última sexta-feira. Na próxima reunião da Comissão de Servidores, outro vereador, Fred Caixeta (PRTB) também deverá pedir vistas para analisar o projeto.
Os parlamentares que levantam justos questionamentos sobre o projeto de lei, que sequer estabelece um valor definido para os cartões e nem mesmo cria mecanismos de transparência para que a população acompanhe os gastos, estão sofrendo pressão por parte desta base governista que quer impor pressa na votação e aprovação.
SEM PRESSA
Por outro lado, o mesmo empenho da base de Márcio Corrêa na Câmara Municipal não se dedica com o mesmo afinco a realizar outra cobrança: a definição por parte do Executivo da negociação do reajuste dos salários dos servidores municipais.
Enquanto pedem 15,22% de atualização salarial, a Prefeitura formalizou uma contraproposta de 4,83, ou seja, menos de um terço do pedido. Em assembleia realizada na última semana, o SindAnápolis não aceitou a proposta e remarcou uma nova assembleia para o dia 26, quando há deliberação para uma paralisação dos servidores.
Durante a Assembleia Geral do SindAnápolis, vereadores da base de Márcio Corrêa que representam os servidores, como Marcos Carvalho (PT) e Jean Carlos (PL), este líder do prefeito na Câmara, não estiveram no evento e foram cobrados. Em especial, Jean Carlos foi um nome bastante citado pela sua ausência no encontro.
Ambos, ao lado de outros nomes como Jakson Charles (PSB), atuam nos bastidores para destravar a matéria dos cartões corporativo, mas não se movimentaram publicamente para cobrar maior atenção do prefeito quanto ao diálogo e reajuste do salário dos servidores.